Pesquisadores do MIT e de Harvard revolucionam a conversão de CO2 em combustível amigo do ambiente!

Cientistas do MIT e de Harvard desenvolveram um processo inovador de conversão de CO2 em combustível. O objetivo é duplo: para além de reduzir as emissões antropogênicas de dióxido de carbono, gera uma fonte de energia renovável.

Encontrar formas de extrair dióxido de carbono (CO2) do ar ou das emissões das centrais eléctricas é um dos desafios prioritários que os investigadores enfrentam.
Encontrar formas de extrair dióxido de carbono (CO2) do ar ou das emissões das centrais elétricas é um dos desafios prioritários que os pesquisadores enfrentam.

A luta contra as mudanças climáticas está a levar-nos a explorar soluções inovadoras para reduzir as emissões de CO2 para a atmosfera. Foi dado um passo significativo com o desenvolvimento de um processo para converter CO2 diretamente em formiato, um combustível sólido e estável que pode ser armazenado para utilização futura.

A caça ao carbono está a decorrer!

Descobrir formas de extrair CO2 do ar ou das emissões das centrais elétricas e convertê-lo em algo útil é um dos desafios que se colocam aos pesquisadores. A conversão do CO2 extraído em um combustível estável capaz de substituir os combustíveis fósseis em determinadas aplicações é igualmente relevante. No entanto, a maioria dos processos de conversão deparou-se com problemas de eficiência do carbono ou produziu combustíveis difíceis de manusear, tóxicos e/ou inflamáveis.

Uma equipa de investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade de Harvard deu recentemente um grande passo em frente ao desenvolver um processo revolucionário capaz de transformar o CO2 num combustível sólido chamado formiato. Esta descoberta, descrita na revista Cell Press Physical Sciences, poderá revelar-se crucial para reduzir a nossa pegada de carbono e a nossa dependência dos combustíveis fósseis.

Um novo processo 90% eficiente

Até à data, a captura e conversão de CO2 em combustível tem sido um dos maiores desafios, devido à ineficiência dos processos existentes. Felizmente, o novo processo desenvolvido por estes investigadores atinge uma impressionante taxa de eficiência de carbono superior a 90%. O processo começa com a captura, utilizando uma solução alcalina para concentrar o CO2 de fontes concentradas, como as emissões das centrais elétricas ou o ar atmosférico.

Este trabalho pode levar a uma revolução na redução da pegada de carbono.
Este trabalho pode levar a uma revolução na redução da pegada de carbono.

O resultado é o bicarbonato metálico líquido, que é depois convertido eletroquimicamente em formiato de potássio ou de sódio líquido, utilizando energia com baixo teor de carbono, como a energia nuclear, eólica ou solar. Esta solução líquida altamente concentrada é depois transformada num pó sólido altamente estável.

Trata-se de um avanço significativo que elimina a necessidade de etapas de aquecimento ineficientes, ao mesmo tempo que permite a conversão direta de CO2 em formiato.

O novo processo resolve alguns dos principais problemas encontrados em tentativas anteriores de conversão de CO2 em combustível. Atinge uma eficiência de carbono superior a 90%, elimina a necessidade de uma fase de aquecimento ineficaz e produz um combustível não tóxico que é fácil de armazenar. Este processo oferece uma verdadeira esperança na luta contra as alterações climáticas e na redução da nossa pegada de carbono, abrindo simultaneamente o caminho para uma transição energética mais sustentável.

E boom: o produto resultante é estável!

A produção industrial de formiato responde à necessidade de agentes de degelo para estradas e pavimentos. O formiato é um material líquido ou sólido que também pode ser utilizado de forma semelhante ao hidrogênio ou ao metanol para alimentar células de combustível e gerar eletricidade. O combustível não é tóxico, não é inflamável e é fácil de armazenar e transportar, abrindo uma vasta gama de aplicações potenciais.

O formiato é particularmente prometedor como transportador de energia devido à sua estabilidade e segurança. Pode ser armazenado durante longos períodos sem perdas significativas, ao contrário de outras formas de armazenamento de energia, como o hidrogênio puro, que tem perdas significativas de gás ao longo do tempo.

Teste de laboratório bem sucedido!

Os pesquisadores conseguiram demonstrar a eficácia do seu processo em pequena escala no laboratório. Transformaram o CO2 em formiato de potássio ou de sódio, um material estável e fácil de manusear. Esta demonstração em laboratório é um passo crucial que sugere o potencial desta tecnologia inovadora.

A sua estabilidade é uma força para o futuro.
A sua estabilidade é uma força para o futuro.

A eficiência, a segurança e a capacidade de armazenamento a longo prazo desta tecnologia fazem dela uma solução extremamente promissora para combater as alterações climáticas e reduzir a nossa pegada de carbono.

E se o produzirmos em grande escala?

A questão que se coloca agora é como implementar este processo em grande escala. Os investigadores do MIT e de Harvard planejam aplicar esta tecnologia para fornecer calor e eletricidade a casas individuais, indústrias e mesmo redes de energia. Este aumento de escala promete vastas aplicações, desde unidades domésticas de pequena escala até instalações industriais de grande escala.

A transição energética é essencial na luta contra as alterações climáticas e este avanço na conversão de CO2 em combustível não poluente poderá desempenhar um papel crucial na consecução deste objetivo. Os pesquisadores esperam que esta descoberta ajude a acelerar os esforços para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e criar um futuro mais limpo e sustentável.