Organização Meteorológica Mundial alerta: os próximos 5 anos serão os mais quentes da história!

Impulsionadas pelo El Niño, novas projeções da OMM indicam probabilidade altíssima de que os próximos cinco anos sejam os mais quentes da história, excedendo temporariamente os +1,5°C especificado no Acordo de Paris.

2023 a 2027: Próximos cinco anos serão os mais quentes da história
Novas projeções da OMM indicam probabilidade altíssima de que os próximos cinco anos sejam os mais quentes da história, especialmente por estarem sendo impulsionados pelo El Niño.

De acordo com uma nova atualização divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), as temperaturas globais podem atingir níveis recordes nos próximos cinco anos, impulsionadas tanto pelas mudanças climáticas quanto pelo El Niño que está se desenvolvendo.

De acordo com as últimas previsões, há uma probabilidade altíssima (98%) de que um dos próximos 5 anos seja o ano mais quente já registrado na história. Também há uma grande probabilidade (66%) de que a temperatura global média anual atinja valores 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

Este relatório não significa que excederemos de maneira permanente os +1,5°C especificado no Acordo de Paris - que se referem a um aquecimento de mais longo prazo. - Prof. Petteri Taalas, OMM.

Isso não significa que ultrapassaremos o nível de +1,5°C permanentemente, mas estamos ficando cada vez mais próximos disso. A tendência é que o planeta ultrapasse os +1,5°C com frequência cada vez maior, até que voltar seja impossível. O aumento nos últimos anos foi expressivo - em 2015, as previsões ainda indicavam chance praticamente nula de atingir esse patamar.

Um dos fatores que impulsiona esse aquecimento é a formação do El Niño, que está se configurando ao longo dos próximos meses. Normalmente, o El Niño aumenta as temperaturas globais no ano seguinte ao seu desenvolvimento. Isso significa que o ano de 2024 deve ser muito quente.

Normalmente, o El Niño aumenta as temperaturas globais no ano seguinte ao seu desenvolvimento. Neste caso, seria o ano de 2024. - Prof. Petteri Taalas, OMM.

Isso terá repercussões de longo alcance para a saúde, segurança alimentar, gestão da água e meio ambiente. É consenso entre os cientistas que as temperaturas médias globais continuarão aumentando, nos afastando cada vez mais do clima ao qual estamos acostumados.

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Outro fator preocupante é o aquecimento do Ártico, que está apresentando valores desproporcionalmente altos. Em comparação com a média de 1991-2020, o aquecimento no Ártico deve ser três vezes mais intenso do que a média do resto do globo, o que pode desencadear crises intensas na região.

O que podemos fazer para controlar as mudanças climáticas?

O Acordo de Paris estabeleceu metas de longo prazo para orientar todas as nações a reduzir substancialmente as emissões globais de gases de efeito estufa - que estão causando não apenas a elevação das temperaturas globais, mas também a acidificação dos oceanos, o derretimento do gelo marinho e das geleiras, o aumento do nível do mar e também condições climáticas mais extremas.

Além de pequenas ações individuais, como consumir de maneira consciente, destinar corretamente o lixo reciclável e orgânico e reduzir o consumo de carne, a população precisa pressionar governos e indústrias a se comprometerem com o Acordo de Paris. Políticas de larga escala serão a única arma realmente eficaz para se combater o aquecimento global.