Cientistas descobrem que o planeta está girando mais rápido!

A rotação do planeta ficou mais rápida ao longo de 2020, e a tendência deve continuar e possivelmente se acentuar ao longo de 2021, que pode acabar se tornando o ano mais curto da história.

Cientistas descobrem que o planeta está girando mais rápido
A rotação do planeta em 2020 foi a mais rápida já registrada e a tendência deve continuar durante 2021. (imagem: Alexander Antropov)

Parece que os desejos de muitas pessoas ao longo do difícil ano de 2020 foram realmente atendidos: O ano passou mais rápido. Ou melhor, a rotação do planeta terra foi mais rápida, e os cientistas registraram os 28 dias mais curtos da história.

O planeta funciona com grande precisão, sendo que os dias duram em média 86.400 segundos - O equivalente a 24 horas. Isso significa que, a cada 24 horas, a Terra completa uma rotação ao redor de si própria com relação ao sol.

A velocidade de rotação da Terra varia constantemente por diversas causas, especialmente pelo movimento complexo de seu núcleo derretido, dos oceanos e da atmosfera.

Mas desde que os relógios atômicos foram desenvolvidos na década de 1960, os cientistas tem conseguido monitorar variações de tempo com extrema precisão, e começaram a notar que a duração de um dia pode variar na ordem de milissegundos (o equivalente a 0,001 segundo).

Até então, o dia mais curto já registrado havia sido 5 de julho de 2005, quando a rotação da Terra levou 1,0516 milissegundos a menos. Mas em 2020, o planeta bateu esse recorde nada menos que 28 vezes. O novo recorde absoluto ocorreu em 19 de julho de 2020, quando a Terra levou 1,4602 milissegundos a menos para completar sua rotação que o normal.

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Gráfico mostra a variação da duração do dia ao longo de 2020, com destaques para o dia mais longo, a quebra do recorde anterior de dia mais curto e o novo recorde (imagem: timeanddate.com)

Quando falamos de alterações tão pequenas no tempo, pode parecer que elas não são tão importantes assim - Mas as alterações vão se somando, e aos poucos isso vai tirando os relógios atômicos de sincronia com o tempo astronômico.

Como os relógios atômicos são usados para definir o Tempo Universal Coordenado (UTC), que é basicamente a maneira que utilizamos para todos no planeta saberem e concordarem sobre o horário, isso pode significar um grande problema.

Quando os relógios atômicos se desviam do tempo astronômico em mais de 0,4 segundos, o Tempo Universal Coordenado precisa ser reajustado em todo o mundo.

Atualmente, estas medições são feitas pelo Serviço Internacional de Rotação da Terra e Sistemas de Referência (IERS). Para determinar a verdadeira duração de um dia, os cientistas do IERS determinam a velocidade exata da rotação da Terra medindo os momentos precisos em que uma estrela passa por um determinado local do céu.

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De acordo com os cálculos atuais, os dias em 2021 devem seguir a tendência e continuar sendo mais rápidos que o normal. Um dia médio em 2021 será 0,05 ms menor que o normal. Isso significa que o ano de 2021 será o mais curto em décadas - A última vez que algo similar ocorreu foi em 1937.

Assim como ocorre com os dias bissextos, se a rotação da Terra ficar muito fora de sincronia com a batida superestável dos relógios atômicos, um segundo bissexto positivo ou negativo pode ser usado para trazê-los de volta ao alinhamento. A última vez que um segundo bissexto foi adicionado foi na véspera de Ano Novo em 2016.

No entanto, com o aumento na velocidade de rotação da Terra, em breve será necessário subtrair um segundo do horário, o que significa que nossos relógios pularão um segundo para acompanhar a velocidade da Terra. Será a primeira vez que a redução de um segundo ocorrerá na história.