Mistério das manchas brancas da aurora boreal é desvendado, revelando sua verdadeira complexidade

Cientistas resolveram o mistério das manchas brancas vistas entre as auroras boreais, revelando a sua conexão com fontes de calor. Veja mais detalhes.

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Pesquisadores descobriram novas complexidades dentro da auroras boreais, revelando emissões dinâmicas ligadas a fontes de calor.
Lee Bell
Lee Bell Meteored Reino Unido 3 min

Durante séculos, a aurora boreal, também conhecida como 'luzes do norte', deslumbra os observadores do céu com suas cores dançantes. Mas uma misteriosa mancha cinza-esbranquiçada que às vezes aparece junto às auroras tem intrigado os cientistas por décadas — até agora.

Pesquisadores da Universidade de Calgary explicaram esse fenômeno pela primeira vez, revelando que ele está ligado a uma fonte de calor dentro da aurora. As descobertas, publicadas na revista Nature Communications, sugerem que a aurora é ainda mais complexa do que se pensava anteriormente.

"Você veria essa aurora verde dinâmica, veria um pouco da aurora vermelha no fundo e, de repente, veria essa emissão cinza ou branca estruturada, quase como uma mancha, conectada à aurora", explicou a Dra. Emma Spanswick, autora principal do estudo e professora do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Calgary. "Então a primeira resposta de qualquer cientista é: 'Bem, o que é isso?'", disse ela.

Novas ferramentas, novas descobertas

A equipe de Spanswick descobriu a mancha, conhecida como emissão contínua estruturada, graças aos avanços na fotografia digital e na tecnologia de câmeras.

“Agora seu celular pode tirar fotos da aurora”, acrescentou Spanswick. “Isso foi transportado para o mercado de sensores comerciais… esses tipos de sensores agora podem ser encontrados em ferramentas mais robustas que usamos na ciência”.

A pesquisa se baseia no interesse renovado em fenômenos aurorais despertado pela descoberta do STEVE (Strong Thermal Emission Velocity Enhancement), uma faixa brilhante de luz violeta vista ocasionalmente no céu.

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O estudo destacou como os avanços na tecnologia de imagem lançaram luz sobre as estruturas complexas das auroras boreais.

“Há semelhanças entre o que estamos vendo agora e o STEVE”, acrescentou Spanswick. “Mas embora STEVE seja uma faixa separada cruzando o céu, essa emissão estruturada está embutida na própria aurora, tornando-a mais difícil de detectar”.

O estudo foi financiado pelo Transition Region Explorer (TREx), uma iniciativa da Universidade de Calgary financiada pela Agência Espacial Canadense e outros parceiros. E foram os instrumentos deste projeto que permitiram aos pesquisadores capturar os detalhes da emissão auroral.

No entanto, a descoberta significa que os cientistas estão um passo mais perto de compreender completamente o espetáculo deslumbrante da aurora boreal.

Referência da notícia

Association of structured continuum emission with dynamic aurora. 30 de dezembro, 2024. E. Spanswick et al.