Como era o clima do supercontinente Pangeia?

O supercontinente Pangeia representa uma fase excepcional na história paleogeográfica da Terra que se iniciou no período Carbonífero e culminou no Triássico. Certamente, essa grande massa continental contínua teve um efeito extraordinário na climatologia do planeta.

A Pangeia possuía longas áreas de deserto com temperaturas escaldantes durante o dia e frio congelante a noite.

A existência de Pangeia foi proposta pela primeira vez em 1912 pelo meteorologista alemão Alfred Wegener como parte de sua teoria da deriva continental. Seu nome é derivado do grego pangaia, que significa "toda a terra". A Pangeia foi cercada por um oceano global chamado Pantalassa. O supercontinente começou a se desfazer há cerca de 200 milhões de anos, durante a época do Jurássico Antigo (201 milhões a 174 milhões de anos atrás), formando os continentes modernos e os oceanos Atlântico e Índico.

As condições do tempo daquela época obedeciam aos mesmo princípios físicos e dinâmicos do mundo moderno. Porém, as grandes diferenças na configuração continental produziam condições climáticas extremas e muito diferentes das condições climáticas atuais.

Previsões indicam que uma nova Pangeia deve se formar em 250 milhões de anos.

A pangeia era imensa e possuía um vasto grau de variabilidade climática, com seu interior exibindo condições mais frias e mais áridas do que sua borda. Alguns paleoclimatologistas relatam evidências de pequenas estações chuvosas no interior seco da Pangeia. Os padrões climáticos de todo o globo também foram afetados pela presença do Pangeia, uma vez que se estendia das latitudes mais distantes do norte até as latitudes mais distantes do sul.

Ao redor das bordas, teria sido semelhante a qualquer outro continente, com algum tipo de ecossistema dependente da latitude e dos padrões climáticos. O clima no interior da Pangeia teria sido muito mais extremo. Muito quente perto do equador, muito frio no inverno em zonas temperadas. Em algumas regiões do interior, pode ter sido bem seco. Claro, a Pangeia durou por muito tempo e, portanto, o clima do supercontinente passou por variações ao longo dos anos.

As águas equatoriais de Pantalassa - o grande oceano que cercava a Pangeia – e o mar de Tétis, imenso mar de água quente cercado por várias partes da Pangeia, dominavam o fornecimento de umidade e afetavam o clima do supercontinente, trazendo umidade e chuva a favor do vento. O rompimento da Pangeia pode ter contribuído para o aumento das temperaturas nos polos, já que águas mais frias se misturam com águas mais quentes. Além disso, pouco antes de Pangeia começar a se separar, houve um evento de aquecimento global somado a uma extinção em massa que pode ter sido iniciada por uma liberação maciça de basaltos onde hoje o norte da Sibéria.

No período de decaimento da Pangeia havia uma grande concentração de CO2 na atmosfera.

Inúmeros modelos climáticos mostram que a geografia do supercontinente Pangeia foi propícia ao estabelecimento de uma mega circulação de monção. De acordo com Parrish (1993), devido ao grande tamanho da área continental em latitudes médias, uma forte circulação de monções seria esperada para a Pangeia. O continente era grande, mas mais importante, dividido pelo equador, com as duas metades ao lado do mar de Tétis.

O formato da Pangeia aprimorou a mudança sazonal da circulação que teria ocorrido em ambos os hemisférios através da maximização do contraste de pressão. O contraste de pressão e o aquecimento diferencial entre o mar de Tétis e o hemisfério na estação do verão teria sido similar àquele ocorrido durante a monção asiática de verão nos dias atuais.