Uma farsa "verde e sustentável": o que é greenwashing?

A “lavagem verde” promove uma imagem de consciência ecológica que não é real, ou seja, é quando tentam nos enganar afirmando que produtos, serviços, tarefas, políticas, etc. são verdes e sustentáveis, quando na verdade não são nada disso.

greenwashing
Greenwashing: pintar as coisas de uma cor que realmente não são.

“Amigável com o meio ambiente”, “produção sustentável”, “100% ecológico”, “material orgânico”, “atividade sustentável”, “proteger a natureza”, “política verde” e muito mais... Estas são algumas das muitas frases ou lugares-comuns que o marketing utiliza para promover a suposta consciência ecológica de marcas, produtos, indústrias, empresas, organizações e governos.

Nem tudo o que reluz é "verde". E por esta razão, o termo greenwashing foi cunhado no mundo. E do que se trata? O conceito greenwashing é um composto inglês: green, que significa 'verde' e washing, de 'lavagem'.

O greenwashing é usado para promover uma imagem de consciência ecológica que não existe, isto é, quando tentam nos enganar afirmando que seus produtos, serviços, tarefas, políticas, etc. são mais verdes ou sustentáveis do que realmente são. É uma mentira publicitária.

A mentira verde

O "marketing ou comunicação verde" não significa que seu emissor seja realmente mais respeitoso com o meio ambiente. "É a prática consciente de mentir", afirmou Natalia Lever, diretora do The Climate Reality Project América Latina, em entrevista à CNN Espanha.

E ainda acrescentou: "é dizer que meu produto é mais ecológico sem fazer mudanças significativas, para obter mais lucro e atrair clientes em potencial que estão dispostos a pagar mais por um produto que nem é o que eles pensam".

“O principal problema da ação da 'lavagem verde' é que quem a pratica sempre busca traduzir sua ação em benefícios próprios. A 'lavagem verde' é propaganda e pura publicidade”, complementa Manuel Baquedano, diretor do Instituto de Ecologia Política do Chile.

Os 7 pecados do greenwashing

Esta “lavagem de imagem” nada mais é do que uma compilação de estratégias publicitárias que são baseadas nas emergências atuais, neste caso, da crise climática, ecológica e de poluição que estamos sofrendo.

A consultoria TerraChoice (Canadá) encontrou uma maneira de identificar o greenwashing, a que chamou de “7 pecados”:

  • Pecado do fundo oculto: o produto é vendido como “verde”, extremamente limitado em recursos e ignorando outras questões ambientais importantes.
  • Pecado da falta de provas: sua propaganda ambiental não é respaldada por dados.
  • Pecado da imprecisão: uso de palavras inespecíficas que causam confusão.
  • Pecado dos rótulos falsos: uso de rótulos que parecem certificados e na verdade são criados pela própria empresa.
  • Pecado da irrelevância: dar importância a pequenos detalhes que não os tem.
  • Pecado do mal menor: agregar, quando não necessário, características sustentáveis a produtos que não o são.
  • Pecado de mentir: falsificar ou inventar dados, estatísticas, estudos, pesquisas, etc.

Por isso é fundamental acabar com essa prática. Para tanto, tramita no Congresso um projeto de lei que visa impedi-la e sancioná-la no Chile. Enquanto isso acontece, nossa missão é identificar as empresas, organizações, serviços ou o que quer que use “lavagem verde” para nos enganar.

Não estamos mais em condições de nos "passarem gato por lebre", certo?