Hiroshima: ataque nuclear com bomba atômica completa 78 anos

Neste domingo, 6 de agosto, completa-se 78 anos de um dos maiores ataques nucleares da história: o da bomba atômica lançada na cidade de Hiroshima, no Japão. Saiba mais sobre esse acontecimento aqui conosco.

Hiroshima, 2020
Pessoas visitando o Memorial da Paz (ao fundo), em Hiroshima, no aniversário de 75 anos (em 2020) do bombardeio nuclear na cidade. Crédito: Kyodo/Reuters.

Todos aqui certamente já ouviram falar, ou estudaram nas aulas de história, sobre a bomba atômica de Hiroshima, não é mesmo? Pois então… a cidade de Hiroshima, no Japão, está completando neste domingo, 6 de agosto, 78 anos do bombardeio na cidade - o primeiro ataque nuclear na história.

Apesar da destruição, Hiroshima se reergueu e tornou-se uma das cidades mais modernas e desenvolvidas do Japão, recebendo mais de 10 milhões de turistas todos os anos. Um dos pontos turísticos mais visitados é o Parque Memorial da Paz, que abriga os restos da Cúpula da Bomba (ou Cúpula Genbaku) e onde está o Museu Memorial da Paz, que guarda fotos, objetos e roupas das vítimas.

Vamos contar mais sobre o desenvolvimento dessa bomba atômica e como tudo aconteceu. Acompanhe conosco!

Relembrando o ataque em Hiroshima

Primeiramente, precisamos falar da Segunda Guerra Mundial. Foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945, envolvendo as maiores nações do mundo, organizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados (Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos) e o Eixo (Alemanha, Itália e Japão).

A grande causa da Segunda Guerra foi o expansionismo e o militarismo da Alemanha Nazista ao longo da década de 1930. O estopim de tudo foi quando a Alemanha invadiu a Polônia em 1939. O conflito ficou marcado pelos horrores do Holocausto e pelo lançamento de bombas atômicas, como esta sobre a qual estamos falando.

Hiroshima destruída
Hiroshima destruída após o lançamento da bomba atômica pelos Estados Unidos. À frente, a Cúpula Genbaku (ou Cúpula da Bomba Atômica), uma das poucas construções a se manter de pé após a explosão. Crédito: AFP/Hiroshima Peace Memorial Museum.

Em 6 de agosto de 1945, às 8:15h da manhã, hora local, os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica sobre Hiroshima, matando imediatamente cerca de 70 mil pessoas. A bomba foi jogada de um avião modelo B-29 pilotado pelo coronel Paul Tibbets, e explodiu a cerca de 600 metros do chão, causando danos num raio de 4,5 quilômetros. A aeronave foi batizada pelo piloto como Enola Gay, nome de sua mãe, e a bomba tinha recebido o apelido de 'Little Boy'.

Não existe um consenso quanto à data exata do fim da guerra, porém, alguns historiadores acreditam que foi em 2 de setembro de 1945, quando o Japão se rendeu aos americanos.

Como era a bomba e quais estragos ela deixou

A bomba, que foi projetada pelo físico norte-americano Julius Robert Oppenheimer, tinha um mecanismo interno que funcionava como uma pistola: disparava um projétil de urânio na direção de um alvo também de urânio. Ao se chocarem, os núcleos dos átomos dos dois objetos se partiam, processo chamado de fissão. Essa fissão gerava uma reação em cadeia que liberava energia e causava uma explosão.

bomba atômica 'Little Boy'
Maquete da bomba atômica 'Little Boy' no Museu Nacional da Força Aérea Norte-Americana, na base aérea de Wright-Patterson (Dayton, Ohio). Fonte: Departamento de Defesa dos EUA.

Ela transportava 64 quilos de urânio-235 (um isótopo que é responsável por cerca de 0,72% do urânio natural), mas a fissão teria ocorrido com apenas 1,4% dessa carga. E ainda assim, a explosão teve uma força equivalente a 15 mil toneladas de dinamite.

Segundo a BBC News Brasil, a explosão gerou uma onda de calor de mais de 4.000°C em um raio de 4,5 Km, e foi sentida a mais de 60 km de distância. Além das 70 mil pessoas que morreram no dia da explosão, cerca de 50% dos sobreviventes morreram pela exposição à radiação, e outros tiveram queimaduras de terceiro grau devido à radiação térmica. Dois terços dos edifícios e prédios de Hiroshima viraram escombros.