Consumo de arroz e feijão cai a nível histórico: por que essa tradição está sumindo do prato dos brasileiros?

Os brasileiros estão comendo cada vez menos arroz e feijão e isso tem preocupado especialistas da áreas da saúde. Dados recentes mostram que o consumo atingiu os menores índices desde os anos 1960. Entenda os motivos.

Arroz com feijão, essa dupla icônica sempre foi um retrato da alimentação brasileira.

No Brasil, o arroz com feijão é uma combinação alimentícia tradicional, consumida diariamente. Mas estes alimentos estão perdendo espaço no prato dos brasileiros. O consumo destes alimentos no país caiu a níveis históricos e especialistas alertam para cuidados com a saúde.

Mas por quê estes grãos que são tão tradicionais no prato dos brasileiros estão sendo ‘deixados de lado’? Entenda aqui os motivos.

Arroz e feijão estão sumindo das refeições brasileiras

Os brasileiros estão comendo menos arroz e feijão, e a falta destes grãos nas suas refeições é motivo de preocupação para profissionais da área de saúde.

Segundo dados do último levantamento feito pela Embrapa Arroz e Feijão (2023), o consumo destes grãos atingiu, em 2023, os menores índices observados desde os anos 1980:

O consumo anual médio per capita no Brasil caiu para 28,2 quilos de arroz e 12,8 quilos de feijão em 2023.

Em 1985, o consumo anual médio per capita (por habitante) de arroz era de 40 kg; já em 2023, era de cerca de 28,2 kg. O feijão seguiu a mesma tendência: caiu de 19 kg per capita em 1985 para 12,8 kg em 2023.

Em 2024, o consumo médio per capita de arroz foi de 28,5 kg e de feijão de 13,2 kg, valores bem próximos aos mínimos de 2023, segundo a Embrapa. Em 2025, o consumo deve atingir um índice menor, mas dados exatos para o ano ainda não são definitivos.

Consumo Per capita de Arroz e de Feijão no Brasil de 1985 a 2024, com base em dados de suprimento da CONAB, atualizado em julho/2025. Observe como há uma redução gradual e contínua com o passar dos anos. Fonte: Embrapa Arroz e Feijão.

E isso se deve ao ritmo acelerado da vida moderna e à preferência crescente por alimentos rápidos e industrializados. A rotina corrida, novas dietas e alimentos ultraprocessados estão mudando a alimentação dos brasileiros. E aí que surge a preocupação dos pesquisadores da área de saúde.

E isso ocorre mesmo com uma queda nos preços no primeiro semestre de 2025. De acordo com dados da Scanntech, um instituto de pesquisa de mercado, o consumo de arroz caiu 4,7% e o de feijão 4,2% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Neste mesmo intervalo, o arroz ficou 14,2% mais barato e o feijão, 17,5%.

Isso só destaca que a principal razão, de fato, não está no preço dos grãos, mas sim nos novos hábitos de consumo da população brasileira.

Mudança de hábitos: refeições mais rápidas e novas dietas

Muitos brasileiros têm uma rotina cada vez mais corrida, e cozinhar leva certo tempo, por isso essa prática acaba sendo deixada de lado e opta-se pela praticidade: marmitas prontas, pratos congelados, alimentos ultraprocessados, fast food, etc.

Além disso, as preferências alimentares também mudaram. Hoje, especialmente os mais jovens, muitos optam por dietas com baixo teor de carboidratos, focando em proteínas e no menor consumo de grãos. Saladas com proteína, pratos únicos ou lanches substituindo refeições completas acabam se tornando a opção nas refeições dos brasileiros.

E por que isso preocupa os especialistas de saúde? Justamente por que indica que as pessoas estão comendo pior, com alimentos pouco nutritivos, como os alimentos ultraprocessados, os quais aumentam os riscos à saúde, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.

Referências da notícia

Consumo de arroz e feijão no Brasil diminui e atinge menores índices desde os anos 1960. 04 de outubro, 2025. Redação Jornal Nacional/G1.

Consumo de arroz e feijão no Brasil atinge menor nível desde 1960. 09 de outubro, 2025. Redação Balanço Geral/R7.

Brasileiros estão comendo cada vez menos arroz e feijão: entenda os motivos. 08 de outubro, 2025. Redação Move Paraná/G1.