Ameaça à saúde: os 7 motivos inusitados que transformam as mudanças do clima em um perigo ainda maior!

Mudanças no clima podem gerar um perigo ainda maior quanto a nossa saúde, e separamos aqui 7 motivos inusitados quanto a esse perigo. Tudo está correlacionado, as doenças, as mortes e os efeitos do clima.

saúde
As mudanças climáticas estão deixando o planeta Terra cada vez mais doente, o que gera sérios riscos a nossa saúde e sobrevivência

As mudanças buscas no tempo e as mudanças também no clima geram um grande impacto em nossa vida em diferentes setores, desde o básico do dia a dia que fica mais complicado como andar na rua ou até mesmo estender uma roupa no varal, até o preço da comida e da energia quando eventos extremos acontecem, como por exemplo, as inundações que devastaram lavouras no Sul do Brasil recentemente.

Bom, mas se você chegou até aqui é porque ficou minimamente curioso para saber 7 motivos inusitados que transformam as mudanças do clima em uma ameaça para a nossa saúde. Esse texto não vai falar sobre questão de estilo, qualidade de vida e nem sobre muitos assuntos que saem na mídia associados as mudanças climáticas. O foco é abordar a crise do meio ambiente e como ela tem afetado e pode afetar ainda mais a nossa saúde.

Segundo a professora Eliseth Leão, em sua palestra no 8º Fórum Latino-Americano de Qualidade e Segurança na Saúde, que foi realizado em Santiago no Chile, a crise do meio ambiente é como se fosse um unicórnio. Em sua fala, a enfermeira e pesquisadora sênior do Einstein relata: “se eu desconheço um problema porque nunca ouço falar a seu respeito, ele é feito um unicórnio para mim. E unicórnios simplesmente não existem”.

O evento foi promovido pelo Hospital Israelita Albert Einstein, pela Clínica Alemana (uma das principais instituições de saúde clinela), e também pelo IHI (Institute for Healthcare Improvement), que juntos investigam como a conexão com a natureza pode promover o bem-estar. As mudanças no clima colocam em risco direto a nossa saúde.

O negacionismo pode custar vidas

A professora até fez a comparação entre mudanças climáticas e a existência de unicórnios, mas não é que as mudanças no clima do planeta não existam, inclusive, não faltam evidências disso, as quais estão se tornando cada vez maiores, piores e mais freqüentes. O problema é que existe um certo negacionismo, e isso pode custar caro, principalmente quando a moeda de troca é a nossa saúde.

É muito provável que quem aposta que a Terra é plana, nunca acreditou que a tal chapa, esteja então esquentando. As mudanças climáticas são ignoradas da mesma forma que as comprovações de o planeta é redondo.

Quando falamos em saúde afetada pelas mudanças no tempo e no clima, não estamos considerando apenas aquele resfriado que vem e volta junto com as estações do ano, mas sim problemas graves e que parecem imperceptíveis aos nossos olhos, pois parecem se acumular em câmera lenta.

Sem medir palavras, o biólogo Alex Godoy-Faúndez, professor associado da Universidad del Desarrollo, no Chile, disse: “a Terra é feito uma caixa fechada que absorve parte da radiação solar. Ao mesmo tempo, vomitamos nela 162 milhões de toneladas de poluição todos os dias, fumaça de indústrias, queimadas, transporte terrestre ou aéreo... Nossa atmosfera é um esgoto a céu aberto”.

terra plana
Mesmo com tantas evidências na ciência, o negacionismo ainda existe e pode matar

Faúndez dirige o Centro de Pesquisa e Sustentabilidade e também é pesquisador associado na Universidade Columbia, nos Estados Unidos, a qual integra o comitê de especialidades da FAO (Food and Agriculture Organization) das Nações Unidas. O biólogo não focou apenas nos problemas respiratórios durante o Fórum e levantou também outros 7 motivos inusitados que fazem das mudanças climáticas uma grande ameaça a nossa saúde. É o que vamos acompanhar agora.

Veja 7 motivos para cuidar do clima do planeta

1- Você sabia que no ano de 1950, apenas 0,1% da área terrestre do nosso planeta era atingida por eventos climáticos extremos? Hoje, esse número subiu para 22,1%, ou seja, uma área bem maior onde o homem poderia habitar está sujeita a isso, inclusive, boa parte está concentrada no Hemisfério Sul. Por conta dos eventos extremos, será necessária uma mudança migratória, que gera também uma mudança de perfil da população de muitos países, o que pode impactar na prevalência de doenças.

2- As mudanças climáticas podem gerar uma taxa maior de violência, de depressão e até de suicídio, visto que nosso corpo funciona a uma temperatura de 37°C, mas se o calor ambiente é maior que isso, o organismo faz tudo o que pode fazer resfriar, porém, isso tem um limite, que quando é ultrapassado gera problemas como desidratação e até a disfunção de órgãos, o que pode levar a morte. Existe um estudo que aponta claramente os efeitos no aumento da violência durante as ondas de calor, com muito mais brigas e homicídios.

3- Segundo a Organização Mundial de Saúde, o alarme sobre as mudanças climáticas já está ligado e pode soar ainda mais com relação ao aumento de uma série de doenças infecciosas. Inclusive, o biólogo Godoy-Faúndez chamou a atenção sobre doenças transmitidas pela água após inundações, como por exemplo regiões que registraram casos de hepatite A e de cólera depois de chuvas torrenciais.

4- Certamente quando pensamos em saúde, já ficamos de olho nos hospitais e postos de saúde. O problema é quando o simples fato de ir até esses lugares também fica comprometido pelos eventos extremos. Por exemplo, após um período de chuvas torrenciais, temporais e o que sabemos que acontece, o solo fica encharcado e pode romper, alagamentos e inundações e muitos outros transtornos que podem dificultar ou até mesmo impedir por completo o nosso deslocamento, ou seja, se uma pessoa precisa chegar a um hospital com urgência, isso pode ser fatal. O socorro pode ser mais demorado ou nem chegar a tempo hábil para salvar vidas que correm perigo em meio a tanta água, a tanta lama, a tanto fogo.

5- A agricultura pode ser duramente afetada pelo clima, algumas lavouras dependem 70% das condições da chuva e da temperatura para o desenvolvimento. A comida pode ser menos nutritiva, uma vez que a planta não tem mais um clima ideal para se desenvolver, o aumento de pragas e doenças obriga também um aumento na taxa de agrotóxicos, tudo vira uma bola de neve. O biólogo explicou que o aumento de gás carbônico no ar poluído reduz o nível de nutrientes dos vegetais, então já são colhidos com menor teor de zinco, ferro, cobre, magnésio e cálcio.

6- Estudos apontam diretamente o efeito de pandemias em lugares mais poluídos, como por exemplo, na China um número maior de casos de covid-19 de 15% a 22% em áreas com ar mais poluído, cheio de material particulado. Nos Estados Unidos, o número de mortes pela doença Sars-CoV-2, foi em média, 11% mais alta nas regiões mais poluídas. A gripe espanhola em 1918 também deixou mais vítimas onde havia maior poluição por carvão.

É preciso uma aproximação entre meteorologistas, climatologistas, defesa civil e profissionais de saúde – Schettino.

7- Segundo o médico de pacientes graves do Hospital Sírio Libanês, para cada grau a mais na temperatura média de certa época do ano, há um aumento de 5% no risco de morte por todas as causas. Segundo ele, no verão passado, cerca de 70 mil pessoas morreram na Europa por efeito direto do aquecimento global. Além disso, anualmente são 8 milhões de pessoas que tem sua morte antecipada por causa da poluição do ar. Para o sistema de saúde, sem sombra de dúvidas, há um aumento da demanda e consequentemente uma piora no atendimento, tudo provocado pelas mudanças no clima.