Mudança climática não causará o fim do mundo, diz cientista da Universidade de Oxford
Cientista ambiental e pesquisadora sênior da Universidade de Oxford disse que a mudança climática não será responsável pelo fim do mundo, e alertou que o pessimismo é tão ruim quanto o negacionismo climático.

Muito tem se falado nos últimos anos sobre as mudanças climáticas, não é mesmo? Temos visto vários estudos mostrando as consequências desastrosas deste fenômeno para o planeta Terra. Isso é fato, e todos nós sabemos.
Porém, devemos saber medir as coisas, segundo a cientista ambiental e pesquisadora sênior da Universidade de Oxford, Hannah Ritchie. Ela afirmou em entrevista à Revista Marie Claire que pensar que o mundo está acabando por causa das mudanças climáticas é tão prejudicial para o meio ambiente quanto o negacionismo climático. Na verdade, ela disse que a mudança climática não será responsável pelo fim do mundo. Veja mais detalhes abaixo.
“Mudanças climáticas não levarão ao fim do mundo”
Primeiramente, é importante destacar que a cientista não descarta que o momento que vivemos atualmente é grave. Porém, para ela, é necessário desmantelar o pensamento alarmista das mudanças climáticas ao demonstrar soluções já existentes para que nos tornemos a ‘primeira geração realmente sustentável'.
"É comum pensarmos que a única maneira de levar as pessoas a agir em relação ao meio ambiente é assustá-las cada vez mais, mas não acho que seja verdade", disse Ritchie na entrevista à Marie Claire.
Segundo a pesquisadora, o meio ambiente hoje está melhor do que era nas últimas décadas; isso porque já criamos tecnologias suficientes para resolver as questões climáticas (mudanças climáticas, poluição, desmatamento, etc).

E ela diz mais: nada disso será resolvido somente proibindo o uso de canudos de plástico, salvando certas espécies em detrimento de outras ou fazendo reciclagem; tudo isso pode não ter um impacto positivo tão grande assim. Soluções individuais não bastam. “Um futuro sustentável não é garantido. Se desejarmos um, teremos de criá-lo”, disse ela.
E ainda, para ela o pessimismo em relação à situação ambiental é uma resposta ineficaz porque atrapalha a tomada de ação, instalando a sensação de que ‘estamos condenados’ e que agir não fará diferença alguma. “Isso leva as pessoas a se sentirem fatalistas, e elas ou paralisam – porque não sabem o que fazer – ou se desligam completamente”, disse.
O seu primeiro livro
Convencer as pessoas de que há solução para os problemas climáticos e tirá-las do entorpecimento é o que a motivou a escrever seu primeiro livro, o ‘Not The End of the World’ (‘Não É O Fim do Mundo’ no Brasil), que chegou ao Brasil no último mês pela Faro Editorial. Nele, ela fala sobre fatos surpreendentes, mitos perigosos e soluções promissoras para o futuro do planeta.
Com uma base de dados robusta, ela analisa no seu livro os sete problemas críticos que enfrentamos atualmente. E para cada um desses problemas, ela diz: “Ou estamos em um momento decisivo de reviravolta para um impacto menor ou já passamos dessa fase alarmante”.
No livro, ela escreve que o mundo precisa de mais otimismo em vez de desespero, o que ela chama de ‘otimismo urgente’, mas não otimismo cego. “Não é para descartar esses problemas [climáticos e ambientais] ou dizer que eles não são urgentes, não são grandes ou não terão consequências realmente catastróficas no futuro; mas reconhecer que são, sim, grandes problemas, mas há maneiras de falarmos deles. E, na verdade, estamos começando a ver progresso. Só precisamos de muito mais disso”, disse ela.
Referências da notícia
Mudança climática não será responsável pelo fim do mundo, diz cientista ambiental. 10 de fevereiro, 2025. Camila Cetrone.
This scientist was paralyzed by the threat of climate change. How she found hope. 19 de fevereiro, 2024. Sheena Goodyear.