Ellen Fetter e a Borboleta da Teoria do Caos

Aproveitando a comemoração do Dia Internacional das Mulheres na Matemática nesta quinta-feira, 12 de maio, celebramos a Ellen Fetter, programadora que ajudou a esboçar a borboleta da teoria do caos.

Ellen Fetter
Dia 12 de maio é o Dia Internacional da Mulher na Matemática.

Esta quinta-feira (12) marca três anos desde que se celebrou pela primeira vez o Dia Internacional da Mulher na Matemática, uma iniciativa para comemorar as conquistas de quem se dedicou a esta disciplina ao longo da história e, assim, incentivar e inspirar meninas e jovens a trabalhar nesta área.

O dia foi aprovado no verão de 2019 durante o Encontro Mundial de Mulheres na Matemática, no Rio de Janeiro, após ser proposto pelo comitê de Mulheres e Matemática da Sociedade de Matemática Iraní. A data foi escolhida em homenagem a Maryam Mirzakhani, nascida em12 de maio de 1977 e primeira e única mulher a ganhar a Medalha Fields, prêmio concedido pela Comunidade Matemática Internacional por descobertas notáveis em Matemática.

Este ano, o dedicamos inteiramente a Ellen Fetter.

Ellen Fetter

Nascida nos Estados Unidos em 1940, Ellen Fetter estudou matemática no Mount Holyoke College, uma instituição exclusivamente feminina em Massachusetts. Recém-formada, ela participou de uma entrevista no Instituto Tecnológico de Massachusetts em busca de um emprego relacionado à sua paixão, a matemática. Lá, ela seria contratada por sua antecessora no projeto Lorenz, Margaret Hamilton, que mais tarde participaria da missão Apollo, a que levou o homem à Lua pela primeira vez.

A teoria do caos é uma teoria científica interdisciplinar focada em padrões e leis subjacentes de sistemas dinâmicos, altamente sensíveis às condições iniciais.

Uma vez que Fetter assumiu, ela continuou o trabalho de Hamilton e colaborou com o meteorologista Edward Norton Lorenz na definição de suas equações caóticas. Foi ele que em 1963, tentando obter previsões meteorológicas usando um computador poderoso, desenvolveu as chamadas equações de Lorenz. Juntos eles representavam o diagrama do atrator estranho, uma de suas representações mais conhecidas que lembra precisamente as asas de uma borboleta.

A borboleta que da teoria do caos

A teoria do caos estudada por Lorentz, e à qual Fetter posteriormente se juntou, é um ramo da matemática e da física que se dedica a estudar sistemas complexos e dinâmicos, em que uma pequena variação das condições iniciais pode acabar causando uma enorme diferença no resultado. Daí nasce a forma simples, poética e conhecida de se explicar coloquialmente em que consiste a teoria do caos: o bater das asas de uma borboleta pode causar um furacão do outro lado do mundo.

Borboleta da teoria do caos
Diagrama do atrator que o modelo de clima de Lorenz possui. Fonte: Wikimedia Commons.

Os extensos cálculos numéricos que Fetter realizou ajudaram a provar que uma ligeira variação nos valores iniciais poderia dar resultados drasticamente diferentes, tornando extremamente difíceis as previsões meteorológicas precisas.

Reconhecimento

Tanto Fetter como Hamilton, faziam parte da primeira geração de programadores, a grande maioria dos quais eram mulheres, que foram fundamentais em muitos avanços técnicos e científicos, mas cujo trabalho foi muitas vezes menosprezado. No entanto, Lorenz reconheceu sua contribuição em suas publicações, onde destacou o grande trabalho computacional que Fetter havia realizado.